terça-feira, 21 de julho de 2009

Inri Cristo no Jô


O debut homônimo do Desatinos Desafinados é um EP com 5 músicas próprias e uma cover de Can. Desatinos Desafinados é encabeçado e todo gravado por John (não faço idéia do sobrenome, velho), grande amigo e part-time lover da minha pessoa. John se mostrou um grande entusiasta do krautrock, do shoegaze e de vários gêneros malucos e com essa carga fez as seguintes canções:

1. Laços e Cachecóis – Essa eu já conhecia sem o poeminha no meio e com uns barulinhos a menos. Ela tinha um nome bem mais bicha também. Fico feliz que mudou. E que beleza de canção inicial, mezzo Detektivbyran, mezzo videogame. Doidona sem ficar cabeçuda ou chata. Me amarrei.


2. A Saga dos Neurônios em um Labirinto Determinista – Se os imigrantes italianos passassem toda viagem até o Brasil se pilhando em dodecafonia, ia sair algo assim. Vibe cinematográfica. (O título dessa lembra muito o homossexualismo do nome provisório da ‘Laços e Cachecóis’)


3. Isoplacere– Começa meio Singin’ Alone do Arnaldo Baptista, com menos virtuose. Mas lots of coração. O fato do John ser um vocalista meia-boca só me ajudou a achar essa canção ainda mais charmosa.As mudanças de estilo me lembram um Mike Patton do bem e umas coisas do Fiery Furnaces. Minha possível favorita.


4. D'Outrora – Sei lá, não gostei muito. Chamo de ''vinheta'', pois é assim que a gente trata música com menos de dois minutos e sem vocal.


5. Acidentes Iminentes – Essa é calcada na guitarra, queinclusive simula um baixo na maldade. Uns teclados espaciais, que eu não sei se é coisa de shoegazer, se é de krautrocker, só sei que me lembra synth-pop dos anos 80 e agrada muito.


6. Thief (Cover do Can) – Não conheço a original, mas já prefiro a versão da Desatinos Desafinados. Vocal ta bem mais macho/Roger Daltreyano nessa. Conclui o EP com muita mimosidade.


Um EP que saiu com um gol na frente por ser de um bróder, acabou com 6 x 0. Ponto pra Desatinos Desafinados.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

30 anos sem Sid 'Junkie' Vicious


Este mês não ficou só marcado pelo carnaval e essas coisas belas da vida, como a apuração do desfile das escolas de samba.

Há trinta anos atrás, morria vítima de overdose de heroína Sid Vicious, ex-baixista do Sex Pistols, logo após ser liberado da cadeia onde ficou preso por 55 dias por uma briga.

Vicious ficou famoso tanto por sua atitude punk e relação com as drogas, quanto pelo seu relacionamento com Nancy Spungen, a qual o acusaram de ter assassinado, apesar das 
investigações se contradizerem.

Ainda sobre o caso, no dia 6 de fevereiro estreiou na Inglaterra o documentário "Who Killed Nancy?" que fala sobre a morte da namorada do astro punk, com entrevistas e imagens da época, para tentar descobrir quem foi culpado pela seu assassinato.

O cineasta e jornalista inglês, Alan G. Parker, é o diretor do documentário, um projeto do empresário do Sex Pistols Malcom McLaren com o diretor de filmes "trash" Russ Meyer.

Para ter uma ideia de quão peculiar que foi a vida de Vicious, segue abaixo trechos do livro Please Kill Me onde o famoso fotógrafo do rock'n'roll, Bob Gruen, e Chini Stratoviski, dramaturgo russo, falam sobre Sid:


Bob Gruen: "John Holmstrom apareceu, e fizemos uma festa de aniversário pra ele depois do show em Tulsa ou Oklahoma City. Todo mundo veio pro meu quarto, a gente tinha um montão de trago, e uns habitantes locais que tinham ido ao show apareceram. Havia uma loira realmente deslumbrante, mas uns outros caras do lugar chegaram e disseram: "A propósito: aquela garota, Laurie - era Larry".

A loira deslumbrante era um sujeito que tinha cortado o pau fora. Todo mundo em Tulsa o conhecia, mas nós não. Pra nós ele parecia uma garota bonita.

Sid acabou indo pro quarto dele com ela, e todo mundo na festa comentou: "Uau, Sid está com o transexual."

Por isso, quando ele voltou todos nós falamos: "Hey, Sid, que tal foi?"

Ele disse: "Oh, ela foi legal."

Sid não procurava nada, as coisas é que o encontravam, sabe? Ele era uma espécie de ímã, tipo zoom! Tudo vinha a ele. Parecia que as coisas estranhas aconteciam em volta de Sid. Naquela mesma noite, um veterinário pediu pra Sid transar com a namorada dele, enquanto ele olhava.

Um pouco depois, Sid voltou e disse: "Só caguei na boca dela."

Eu disse: "O quê? Está brincando? Por que você fez isso?"

Ele disse: "Bem, o namorado dela disse que queria que ela tivesse uma experiênci inesquecível."

Naquela hora pareceu fazer sentido. Depois que você toma umas bebidas, pode dizer pra si mesmo: "Bem, tudo bem. Não foi na minha boca."

As pessoas vinham pra ser detonadas. Não vinham pra ser afagadas. Vinham pra ver se os Sex Pistols eram realmente selvagens e, se fossem, quanto mais melhor. 

Porque as pessoas que estavam aparecendo eram completamente fora do comum. Quer dizer, um cara que corta o pau fora não é um tipo comum, sabe?"

[...]

Chini Stratoviski: "Sou muito mais o Stiv Bators."